Moradores de
diversos bairros procuraram a reportagem do Jornal Folha da Itapema esta semana
para denunciarem a ocorrência de cães que ficam abandonados nas ruas da cidade
colocando em risco a vida das pessoas, de serem mordidas ou de sofrerem com a
transmissão de diversas doenças. A reportagem da Folha da Itapema esteve em
reunião com o Secretário de Saúde de Caldas Novas, Luciano Filho, que afirmou
estar criando o Sistema de Zoonozes da cidade, e que ainda não fora criado por
depender da elaboração do projeto que está em fase conclusiva e também da
elaboração de um plano de ação que deverá ser referendado por parte do
Ministério Público que no ano que passou proibiu a ação da Carrocinha, e também
o fato de não poder a secretaria de saúde firmar um convênio com a ASPACAN. O
secretário afirmou ainda que a coleta dos cães vadios é responsabilidade da
Secretaria de Meio Ambiente.
A Reportagem da Folha
da Itapema está acompanhando o caso.
O que é um Cão Vadio???
O cão vadio é
aquele animal carenciado, que não conta com alimentação diária comum e conta
com a ajuda de pessoas que dão comida para estes ou vivem de sobra de
alimentos, e até mesmo roubando alimentos em alguns casos. A superpopulação desse
tipo de animais nas ruas é uma realidade: o número de animais
a precisar de um lar é muito superior ao número de famílias dispostas a
adotá-los, o que leva a que muitos milhares de animais nasçam e vivam nas ruas,
sem acesso a alimentação suficiente ou a cuidados de saúde básicos, acabando
muitos deles por morrer de fome, de doença, ou vítimas de maus-tratos.
Captura de Cães
e Gatos Vadios ou Errantes
Compete às câmaras municipais, atuando dentro das suas atribuições nos domínios
da defesa da saúde pública e do meio ambiente, proceder à captura dos cães e gatos vadios ou
errantes, encontrados na via pública ou em quaisquer lugares públicos,
utilizando o método de captura mais adequado a cada caso, estabelecido em
conformidade com o previsto no Decreto-Lei n.º 276/2001, de 17 de Outubro,
fazendo-os recolher ao canil ou gatil municipal. (cfr. art.º 8.º, n.º 1, do
Decreto-Lei n.º 314/2003, de 17 de Dezembro). Caldas Novas ainda não conta com um canil municipal.
Uma pessoa que
solta um cachorro na rua e for denunciada pode pagar algum tipo de pena???
Pessoas
irresponsáveis continuarão abandonando “seus” animais quando eles deixarem de
ser o “divertimento da família” e se tornarem um “problema”. Pessoas que não se
atentam para a problemática do abandono continuarão deixando animais saírem de
casa sozinhos contribuindo para a enorme quantidade de nascimentos.
Mais um problema
se instala: o que fazer com esses indefesos recém nascidos? A solução seria
levar para abrigos e torcer para que eles tenham a sorte de conseguir um lar
adequado? Presentear um amigo que talvez nem tenha noção de guarda responsável?
Será que em alguma dessas situações este animal adotado não voltará para as
ruas caso se torne um “adulto indesejável”? Será que as pessoas se prepararam
realmente para receber este ser vivo que é completamente dependente do seu
guardião e precisa de boa alimentação, ambiente adequado, atenção freqüente e
rotineiros cuidados veterinários?
Criar um animal
exige bastante dedicação e planejamento. Assim como deveria acontecer ao se
pensar em ter um filho. Deve-se lembrar ainda que filhos se tornam
independentes e podem ser dispensados a maioria dos cuidados em determinada
fase da vida, enquanto cães e gatos continuam sempre sendo dependentes de
seu guardião e, nas idades avançadas, passam a requerer ainda mais cuidados
para desfrutar de uma velhice saudável.
Analisando com
profundidade a situação, é possível considerar que os verdadeiros culpados pelo
abandono são todos que preferem fingir que esta situação não existe, aqueles
que tratam os animais como objetos da diversão e da satisfação humana, aqueles
que comercializam animais como se fossem meramente mercadorias com selo de
qualidade e, também, aqueles que não buscam entender as causas sócio-econômicas
que estão relacionadas com a questão do abandono e realizam trabalhos meramente
assistencialistas sem perspectiva multiplicadora.
Devem ser
reconhecidas as ações dos grupos que trabalham com educação popular e discutem
a questão da guarda responsável, preocupam-se com as verdadeiras intenções dos
adotantes, realizam ou fomentam programas de castração e todas as pessoas que
contribuem com estes grupos.